Bem - Vindo ao Meu Espaço

Olá a todos!

Sou terapeuta da fala desde 2008 e desde então que exerço o que para mim é a melhor profissão do mundo!

Trabalho em diferentes contextos:

🏡Domiciliar (grande Porto);

💻Sessões por videochamada;

🏣Clínica;

Sou uma profissional em constante formação. Sou mestre em psicopatologia da comunicação e linguagem, pós-graduada em comunicação, linguagem e fala e formada nos 3 níveis de processamento auditivo central. Além disso, participo em várias formações de curta duração nas temáticas da linguagem oral e escrita, em perturbações dos sons da fala e autismo.

A minha grande paixão é a área da linguagem oral e escrita e por isso participo regularmente em formações para educadoras de infância e professores do 1º ciclo.

Neste blog poderá consultar os principais sinais que poderão requerer uma intervenção profissional, bem como os métodos e soluções atualmente utilizadas no âmbito da Terapia da Fala.

Se tiver alguma dúvida ou desejar marcar uma consulta de avaliação, não hesite em contactar-me. 📩

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Voz dos professores e factores ambientais



A voz em determinadas profissões (cantores, actores, padres, advogados, juízes, jornalistas, locutores de rádio, operadores de telemarketing, , políticos, professores e.t.c) representa um dos principais instrumentos de trabalho, e, neste caso, torna-se fundamental ter o conhecimento sobre a produção vocal bem como sobre os cuidados necessários para manter uma voz saudável. Dentro destas profissões estão os professores.

Sabe-se da grande incidência de alterações vocais em professores, que, muitas vezes, interferem na prática diária de transmitir os conteúdos através da voz. A causa de tais alterações, na maioria das vezes, está relacionada com o mau uso e/ou abuso vocal. Os professores têm um grande uso vocal e utilizam-se da voz durante toda a época de trabalho sem ter o conhecimento de como produzir uma voz sem esforço e de maneira eficaz. Comportamentos abu­sivos como falar durante muito tempo, falar alto para superar o ruído da sala de aula, numa postura inadequada, com voz abafada, presa na garganta, utilizando um padrão respiratório inadequado, e hábitos inadequados como ingestão de pouco liquido, uso de pastilhas para a garganta, etc., são características frequentemente encontradas entre os professores e que levam ao aparecimento de disfonias funcionais. Logo, é necessário que estes sejam orientados e treinados para uma prática vocal adequada que os possibilite transmitir a mensagem sem que haja desconforto ou esforço vocal. As orientações dizem respeito aos hábitos de higiene vocal que promovem o conhecimento de con­dutas vocais preventivas de maneira a evitar o surgimento da disfonia.

Os professores que mesmo sentindo sinais de cansaço vocal, continuam a leccionar e a forçar excessivamente a voz sem tomarem nenhuma precaução acabam por desgastar ainda mais a sua voz chegando algumas vezes a afonias, isto é perda total da voz, o que pode levar à finalização precoce da carreira.

Os principais sintomas vocais que sinalizam um problema de voz em professores são: cansaço e esforço a falar, falhas na voz ao final do dia ou da semana, rouquidão, pigarro, voz mais grave e perda dos tons agudos, ardência ou secura na garganta, dor ao falar, sensação de garganta arranhada, falta de volume e projecção, pouca resistência ao falar…

São inúmeras as causas e factores relacionados com o aparecimento da disfonia em professores tais como: factores físicos e ambientais, uso incorrecto da voz factores psicoemocionais, factores intrínsecos, hábitos vocais inadequados e.t.c. Muitos destes factores podem ser alterados pelos professores mas para isso é necessário que estes estejam alertados para esta problemática.

Só recentemente os factores ambientais estão a ser valorizados como um elemento importante na saúde vocal dos professores. Embora no passado o foco de intervenção fosse o professor e a técnica vocal, na última década foi se reconhecendo que há aspectos que dependem do professor na sala de aula, da sua técnica ou da sua personalidade (aspectos esses, muitas vezes, os principais responsáveis por um problema vocal). Há aspectos relacionados sobretudo ao ambiente no qual a actividade lectiva se desenvolve. Eles são inúmeros e incluem desde o projecto arquitectónico da sala de aula, os materiais utilizados na construção até a disposição das salas de aula e o espaço para circulação.

Os ruídos externos (barulho do recreio, dos corredores, das outras salas de aulas ou da rua) e internos (ventiladores, ranger de carteiras, crianças barulhentas) é o factor ambiental mais preponderante para o aparecimento de desgaste vocal. Estes devem ser observados e minimizados quando interferirem no uso equilibrado da altura da voz do professor, ou seja quando o professor falar mais alto para sobrepor a sua voz aos ruídos existentes na sala para que os alunos o possam ouvir convenientemente. Deve-se tentar minimizar esses problemas para que o professor não tenha a necessidade de competir com os outros sons, assim este não irão precisar de falar alto e não esforçam tanto a sua voz.

Também se tem que ter em conta as diferentes realidades da sala de aula. Pois os problemas ambientais e o uso que os professores fazem da voz não são iguais em todo o tipo de professores. Existe uma grande diferença entre os educadores de infância, os professores primários, os professores do básico e secundário, os professores universitários e os professores de educação física. Todos estes educadores trabalham em condições bastante diferentes e com alunos diferentes o que influencia os problemas que estes têm e a melhor forma de os resolver. Mesmo do mesmo tipo de ensino também se tem quer ter em conta se o professor lecciona numa escola antiga ou moderna pois as condições acústicas são diferentes.

Algumas das fontes de barulhos mencionadas em cima podem tentar ser combatidas pelos professores. Quando as escolas têm uma má acústica vai acontecer que o ruído das salas ao lado vai incomodar o professor e também os alunos. Assim os professores tendem a utilizar comportamentos vocais errados como falar alto, gritar e a utilização de uma voz mais estridente para que a sua voz consiga superar os ruídos externos. Em vez disto os professores devem utilizar outras estratégias:

  • Incentivar as crianças e os outros professores a falarem com uma voz normal e não gritarem;
  • Minimizar os ruídos fechando portas e janelas que estejam virados para o recreio ou corredores com barulhos de vozes ou máquinas;
  • Colocarem na sala algum mobiliário para que não exista tanto eco;
  • Retirar cortinas grossas e tapetes da sala de aula pois estes abafam a voz;
  • Colocar os alunos mais barulhentos na parte da frente da sala;
  • Locomover-se pela sala de aula, para assim poder ser ouvido mais facilmente, evitando falar mais alto quando os alunos estiverem inquietos;
  • Não falar virado para o quadro para não abafar o som;
  • Modifique os ruídos do ambiente desligando ou reduzindo as rotações do ventilador quando não estiver tanto calor;
  • Procure controlar os ruídos de conversa dos alunos sem gritar . O grito não impõe respeito, só demonstra que   o professor perdeu a paciência, alem de provocar um enorme desgaste vocal, com atrito intenso das cordas vocais;
  • Estabeleça alguns sinais de alerta ( como bater palmas, utilizar um apito ou bater com algum objecto sobre a mesa)  para calar a turma. Ou fique em silencio de forma a chamar a atenção aos alunos de uma forma indirecta;
  • Dispor os alunos de uma forma mais agrupada, colocar os alunos que fazem mais barulho na parte dianteira da sala de aula;
  • Quando as salas são muito grandes e com muitos alunos é conveniente o uso de um microfone para ajudar a projectar a voz mais facilmente;
  • Organizar  actividades onde falar não é envolvido como ouvir música e usar gravações e vídeos sempre que for possível;
  • Os professores devem ter aulas de colocação de voz;


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