Bem - Vindo ao Meu Espaço

Olá a todos!

Sou terapeuta da fala desde 2008 e desde então que exerço o que para mim é a melhor profissão do mundo!

Trabalho em diferentes contextos:

🏡Domiciliar (grande Porto);

💻Sessões por videochamada;

🏣Clínica;

Sou uma profissional em constante formação. Sou mestre em psicopatologia da comunicação e linguagem, pós-graduada em comunicação, linguagem e fala e formada nos 3 níveis de processamento auditivo central. Além disso, participo em várias formações de curta duração nas temáticas da linguagem oral e escrita, em perturbações dos sons da fala e autismo.

A minha grande paixão é a área da linguagem oral e escrita e por isso participo regularmente em formações para educadoras de infância e professores do 1º ciclo.

Neste blog poderá consultar os principais sinais que poderão requerer uma intervenção profissional, bem como os métodos e soluções atualmente utilizadas no âmbito da Terapia da Fala.

Se tiver alguma dúvida ou desejar marcar uma consulta de avaliação, não hesite em contactar-me. 📩

terça-feira, 30 de abril de 2013

Atuação do Terapeuta da fala em crianças surdas



A surdez é uma condição de privação sensorial que mesmo sendo detectada precocemente por especialistas, acarreta uma restrição no desenvolvimento da criança, tanto no que se refere aos aspectos afectivos (com a mãe) e sociais (informações do meio em que vive), como também nos seus aspectos linguísticos (falta ou demora na aquisição de uma língua), levando a prejuízos nos processos de integração social, comunicação e no próprio desenvolvimento de linguagem. O atraso de linguagem por sua vez, pode levar a dificuldades em determinadas áreas da cognição, de aprendizagem e nas suas relações sociais e emocionais.

Os diferentes graus de perdas auditivas (leve, moderada, severa e profunda), são necessariamente factores determinantes em relação às consequências no desenvolvimento da criança e obrigarão à actuação do terapeuta da fala.

O papel do terapeuta da fala em relação à criança deficiente auditiva abrange tanto a área da saúde como a área educacional.

Os principais objectivos da terapia da criança surda visam o desenvolvimento da língua oral (englobando fala e voz) e a aquisição da linguagem, levando-se em conta o facto da surdez ter surgido no período pré ou pós linguístico. Sabendo-se disto, serão definidos mais especificamente os objectivos da terapia com a pessoa portadora de deficiência auditiva.
Verificam-se as seguintes alterações:
Voz
Alteração das qualidades vocais pela ausência de feed-back auditivo.
 
Fala
Alteração miofuncional dos órgãos fono-articulatórios, ocasionada pelo pouco ou nenhum uso destes para a fala, prejudicando desta forma a produção adequada dos fonemas da língua oral.

Linguagem
Atraso dos processos linguísticos e/ou cognitivos devido a falta ou demora na exposição e aquisição de uma Língua.


O Planeamento Terapêutico deve ter os seguintes aspectos fundamentais:
  • Educação auditiva: Detecção, discriminação, memória e análise e síntese auditiva dos diferentes sons, com utilização do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI);
  •   Articulação: Desenvolver actividades que pretendam desenvolver a percepção fonémica/fonológica da língua oral através de estímulos auditivos, visuais, tácteis, cinestésicos e o desenvolvimento da leitura oro-facial, de acordo com a metodologia;
  •  Voz: Proporcionar um melhor controlo e produção oral através da adequação do registo vocal, timbre, intensidade e duração da vocalização;
  •  Linguagem: A estimulação da fala e da linguagem deve ser vivenciada em situações contextualizadas, interessantes para o surdo e nas quais seja privilegiada a função e o uso da Língua Oral;


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Cancro de laringe- Tratamento



O tratamento desta patologia pode ser feito de diversas formas, variando de caso para caso de acordo com vários factores .
Assim, poderão surgir três modalidades que, de uma forma isolada ou combinada, contribuem na luta contra a expansão do tumor: Cirurgia, radioterapia e quimioterapia. 

Cirurgia
O tratamento cirúrgico indicado para o cancro da laringe é a laringectomia, na qual todo ou parte deste órgão é removido.

No primeiro caso a cirurgia denomina-se laringectomia total, enquanto que o segundo se refere às laringectomias parciais.

Laringectomia total
O procedimento de laringectomia total implica a remoção de toda a estrutura cartilagínea da laringe, músculos e outras estruturas nela contidas (Pinho, 2001). Em decorrência da remoção da laringe a traqueia passa a ser suturada definitivamente ao pescoço, diminuindo o tracto respiratório (começa na traqueia e não no nariz). Desta forma, passam a existir, no pescoço, apenas as estruturas referentes ao aparelho digestivo: hipofaringe e esófago (ambos dissociados das estruturas da respiração) (Pinho, 2001). O paciente necessita de ter um contacto directo entre o ar exterior e a traqueia para respirar, assim o cirurgião cria uma abertura permanente designada por traqueostoma ( Thomas & Keith, 2005).
A remoção total da laringe implica a independência das vias aérea e digestiva. Assim, após a laringectomia, há uma modificação dos caminhos de condução do ar e da alimentação: a inspiração do ar passa a ser feita pelo traqueostoma.

Os aparelhos respiratório e digestivo tornam-se separados e independentes.


Principais alterações após laringectomia total: 



Fisiológicas:
- alteração da via respiratória;
- traqueostomia permanente;
- afonia (deixar de ter voz)
- diminuição do olfato e paladar
- diminuição da atividade motora do ombro, braço e pescoço.
 Psicossociais: 
- alteração da auto estima
- alteração da imagem corporal
- alteração da comunicação - alteração das atividades sociais.

sábado, 20 de abril de 2013

Cancro de laringe




O cancro da laringe corresponde, em todo o mundo, a 1 - 2% de todos os tumores (Parker, Tong &- Bolden , 1997, citado por Behlau, 2001). Este é considerado o mais comum dentro dos da cabeça e pescoço (Ward e van As-Brooks, SD e Behlau, 2001). Anualmente são diagnosticados aproximadamente 12.500 casos desta neoplasia. Essa incidência está a aumentar gradativamente nos EUA. Actualmente encontra-se em torno de 10 casos/100.000 habitantes. É predominante no sexo masculino e na sexta a sétima décadas. Menos de 1% dos casos ocorrem em idades inferiores aos 30 anos. 

Este tipo de diagnóstico pode ser destruidor para o paciente e para a sua família, no entanto, quando é feito e tratado precocemente oferece ao indivíduo boa sobrevida (Belhau, 2001). Apesar de tudo, nos casos em que o tratamento inclui a Cirurgia, o doente depara-se com sequelas irreversíveis e de grande impacto psicossocial, sobretudo na laringectomia total: perda da voz laríngea, factor importante da identidade pessoal, traqueostoma permanente, mutilação evidente, entre outras alterações (Morente & Torres, 2004, Behlau, 2001).

Todas as pessoas acima de 40 anos que apresentem rouquidão progressiva há mais de 1 mês necessitam de uma investigação com exame detalhado da laringe para esclarecimento do diagnóstico. Isso é ainda mais importante se o paciente for fumador de longa data. Os médicos devem estar sempre atentos às queixas de de dor ou dificuldade a engolir, sendo nesses casos obrigatório o exame da faringe e esófago.

. Etiologia
A neoplasia laríngea tem maior incidência em homens de idades superiores a 50/60 anos (Behlau, 2001). Embora não seja possível demonstrar nenhum factor etiológico totalmente responsável, a associação entre o aparecimento da patologia e a permanência de alguns hábitos pessoais, como o consumo de álcool e tabaco, parecem ser os maiores causadores desta patologia.

Também exercem influências alguns produtos tóxicos (benzopirenos e asbesto), deficiências alimentares múltiplas, determinadas doenças ocupacionais, vírus do Papiloma Humano (HPV) (principalmente os do tipo 16, 18 e 33) e laringites crónicas (por refluxo ou por mau uso e abuso vocal). Acredita-se que o que ocorre é uma complexa interacção destes vários factores. (Barros, 2000)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Voz dos professores e factores ambientais



A voz em determinadas profissões (cantores, actores, padres, advogados, juízes, jornalistas, locutores de rádio, operadores de telemarketing, , políticos, professores e.t.c) representa um dos principais instrumentos de trabalho, e, neste caso, torna-se fundamental ter o conhecimento sobre a produção vocal bem como sobre os cuidados necessários para manter uma voz saudável. Dentro destas profissões estão os professores.

Sabe-se da grande incidência de alterações vocais em professores, que, muitas vezes, interferem na prática diária de transmitir os conteúdos através da voz. A causa de tais alterações, na maioria das vezes, está relacionada com o mau uso e/ou abuso vocal. Os professores têm um grande uso vocal e utilizam-se da voz durante toda a época de trabalho sem ter o conhecimento de como produzir uma voz sem esforço e de maneira eficaz. Comportamentos abu­sivos como falar durante muito tempo, falar alto para superar o ruído da sala de aula, numa postura inadequada, com voz abafada, presa na garganta, utilizando um padrão respiratório inadequado, e hábitos inadequados como ingestão de pouco liquido, uso de pastilhas para a garganta, etc., são características frequentemente encontradas entre os professores e que levam ao aparecimento de disfonias funcionais. Logo, é necessário que estes sejam orientados e treinados para uma prática vocal adequada que os possibilite transmitir a mensagem sem que haja desconforto ou esforço vocal. As orientações dizem respeito aos hábitos de higiene vocal que promovem o conhecimento de con­dutas vocais preventivas de maneira a evitar o surgimento da disfonia.

Os professores que mesmo sentindo sinais de cansaço vocal, continuam a leccionar e a forçar excessivamente a voz sem tomarem nenhuma precaução acabam por desgastar ainda mais a sua voz chegando algumas vezes a afonias, isto é perda total da voz, o que pode levar à finalização precoce da carreira.

Os principais sintomas vocais que sinalizam um problema de voz em professores são: cansaço e esforço a falar, falhas na voz ao final do dia ou da semana, rouquidão, pigarro, voz mais grave e perda dos tons agudos, ardência ou secura na garganta, dor ao falar, sensação de garganta arranhada, falta de volume e projecção, pouca resistência ao falar…

São inúmeras as causas e factores relacionados com o aparecimento da disfonia em professores tais como: factores físicos e ambientais, uso incorrecto da voz factores psicoemocionais, factores intrínsecos, hábitos vocais inadequados e.t.c. Muitos destes factores podem ser alterados pelos professores mas para isso é necessário que estes estejam alertados para esta problemática.

Só recentemente os factores ambientais estão a ser valorizados como um elemento importante na saúde vocal dos professores. Embora no passado o foco de intervenção fosse o professor e a técnica vocal, na última década foi se reconhecendo que há aspectos que dependem do professor na sala de aula, da sua técnica ou da sua personalidade (aspectos esses, muitas vezes, os principais responsáveis por um problema vocal). Há aspectos relacionados sobretudo ao ambiente no qual a actividade lectiva se desenvolve. Eles são inúmeros e incluem desde o projecto arquitectónico da sala de aula, os materiais utilizados na construção até a disposição das salas de aula e o espaço para circulação.

Os ruídos externos (barulho do recreio, dos corredores, das outras salas de aulas ou da rua) e internos (ventiladores, ranger de carteiras, crianças barulhentas) é o factor ambiental mais preponderante para o aparecimento de desgaste vocal. Estes devem ser observados e minimizados quando interferirem no uso equilibrado da altura da voz do professor, ou seja quando o professor falar mais alto para sobrepor a sua voz aos ruídos existentes na sala para que os alunos o possam ouvir convenientemente. Deve-se tentar minimizar esses problemas para que o professor não tenha a necessidade de competir com os outros sons, assim este não irão precisar de falar alto e não esforçam tanto a sua voz.

Também se tem que ter em conta as diferentes realidades da sala de aula. Pois os problemas ambientais e o uso que os professores fazem da voz não são iguais em todo o tipo de professores. Existe uma grande diferença entre os educadores de infância, os professores primários, os professores do básico e secundário, os professores universitários e os professores de educação física. Todos estes educadores trabalham em condições bastante diferentes e com alunos diferentes o que influencia os problemas que estes têm e a melhor forma de os resolver. Mesmo do mesmo tipo de ensino também se tem quer ter em conta se o professor lecciona numa escola antiga ou moderna pois as condições acústicas são diferentes.

Algumas das fontes de barulhos mencionadas em cima podem tentar ser combatidas pelos professores. Quando as escolas têm uma má acústica vai acontecer que o ruído das salas ao lado vai incomodar o professor e também os alunos. Assim os professores tendem a utilizar comportamentos vocais errados como falar alto, gritar e a utilização de uma voz mais estridente para que a sua voz consiga superar os ruídos externos. Em vez disto os professores devem utilizar outras estratégias:

  • Incentivar as crianças e os outros professores a falarem com uma voz normal e não gritarem;
  • Minimizar os ruídos fechando portas e janelas que estejam virados para o recreio ou corredores com barulhos de vozes ou máquinas;
  • Colocarem na sala algum mobiliário para que não exista tanto eco;
  • Retirar cortinas grossas e tapetes da sala de aula pois estes abafam a voz;
  • Colocar os alunos mais barulhentos na parte da frente da sala;
  • Locomover-se pela sala de aula, para assim poder ser ouvido mais facilmente, evitando falar mais alto quando os alunos estiverem inquietos;
  • Não falar virado para o quadro para não abafar o som;
  • Modifique os ruídos do ambiente desligando ou reduzindo as rotações do ventilador quando não estiver tanto calor;
  • Procure controlar os ruídos de conversa dos alunos sem gritar . O grito não impõe respeito, só demonstra que   o professor perdeu a paciência, alem de provocar um enorme desgaste vocal, com atrito intenso das cordas vocais;
  • Estabeleça alguns sinais de alerta ( como bater palmas, utilizar um apito ou bater com algum objecto sobre a mesa)  para calar a turma. Ou fique em silencio de forma a chamar a atenção aos alunos de uma forma indirecta;
  • Dispor os alunos de uma forma mais agrupada, colocar os alunos que fazem mais barulho na parte dianteira da sala de aula;
  • Quando as salas são muito grandes e com muitos alunos é conveniente o uso de um microfone para ajudar a projectar a voz mais facilmente;
  • Organizar  actividades onde falar não é envolvido como ouvir música e usar gravações e vídeos sempre que for possível;
  • Os professores devem ter aulas de colocação de voz;


terça-feira, 16 de abril de 2013

Como seria a a vida sem voz??

No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Voz a Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala reuniu o testemunho de várias figuras públicas acerca da importância e dos cuidados com a VOZ. Neste 11º aniversário, o dia 16 de Abril é mais uma vez o dia em que a sensibilização para os cuidados e importância da voz são mais evidenciados.



Produção da voz



Como hoje (dia 16 de Abril) é o dia mundial da voz, esta semana vou dedicar os meus post a esta temática. 

A voz é um processo bio-mecanico e psico-emocional usado por todos os indivíduos para trocar informações, ideias, sentimentos e que nos caracteriza como seres únicos, já que reflecte a idade, género, raça, personalidade e estado emocional de cada um. 

 A produção de som pelos seres humanos, e já que não possuímos nenhum aparelho exclusivamente destinado a esse fim, envolve a acção de vários órgãos que, em conjunto, tornam possível a obtenção de sons.

A produção do som resulta, basicamente, da passagem do ar pela laringe, onde se situam as cordas vocais. A laringe situa-se na parte mediana do pescoço e é composta por três anéis de cartilagem, dentro dos quais estão as cordas vocais.A laringe possui uma grande mobilidade, podendo assumir vários movimentos, consoante o tipo de som que é emitido.As cordas ou pregas vocais são pequenos músculos com grande elasticidade. São classificadas em verdadeiras (com cerca de 1 cm nos homens e até 1,5 cm nas mulheres) e falsas. As verdadeiras estão na parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da voz normal é produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas.

Durante a respiração, o ar inspirado passa pelas cordas vocais que permanecem abertas, enquanto que na expiração, elas fecham, e o ar faz pressão, causando uma vibração que produz o som. Assim, podemos concluir que a voz é produzida durante o processo de respiração.

As pregas vocais fazem um movimento alternado de abrir e fechar, ou seja, quando estamos calados elas estão abertas (momento da respiração) e quando falamos ou cantamos elas ficam fechadas (momento da fonação).

Características da voz normal:

  • Harmonia muscular;
  • Voz produzida sem esforço;
  • Voz produzida sem qualquer tipo de desconforto;
  • Agradável ao receptor;
  • Intensidade, tom e timbre que identificam o falante relativamente à idade e género;
  • Transmite a mensagem emocional do discurso;







segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sugestões para melhorar a comunicação nos doentes de Parkinson


Para o doente

  • Coordene a respiração coma a voz;
  • Tente falar alto;
  • Procure articular melhor as palavras;
  • Cante;
  • Ria;
  • Faça exercícios com com a língua, lábios e queixo;
  • Faça caretas em frente ao espelho;
  • Postura adequada: procure falar de frente para a pessoa;
  • A expressão facial ajuda a transmitir a mensagem: mantenha a cabeça erguida sem esticar demais o pescoço, mantenha as costas direitas e ombros não devem ficar arqueados para a frente;
  • Converse diariamente;
  • Leia em voz alta diariamente durante 3-5 minutos mantendo uma boa coordenação respiração/voz;
  • Use métodos alternativos de comunicação se necessários;
  • Diariamente, descanse o quanto necessita e sempre que esteja cansado;
  • Beba muita água,
  • Evite pigarrear;,
  • Os exercícios devem ser diários; 

Para o familiar/ cuidador
  • Tenha disponibilidade e seja tolerante, porque a fala é lenta e requer um grande esforço. Mostre à pessoa que lhe dá tempo para dizer o que quer;
  • Se não compreender o que ele diz, não faça que está a perceber;
  • Não peça para a pessoa dizer frases complicadas e compridas, porque cansam as pessoas com disartria;
  • O ambiente deve estar sossegado;
  • Não fale ao mesmo tempo nem a interrompa;
  • Repita a parte da mensagem que conseguiu perceber para que a pessoa não tenha que repetir tudo outra vez;
  • Não tenha receio de pedir que uma mensagem seja repetida. Se necessário peça uma palavra de cada vez, ou a pessoa lhe diga as letras de uma dada palavra;
  • Ria e dê boas gargalhadas em conjunto com a pessoa com doença de Parkinson; 
Revista da associação portuguesa de doença de Parkinson

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A Terapia da Fala na doença de Parkinson


A intervenção do terapeuta da fala na doença de Parkinson é  uma opção terapêutica na medida em que a fala e a deglutição são capacidades que dependem da acção conjunta de vários músculos. O objetivo geral da terapia é maximizar a comunicação funcional do paciente e a manutenção da inteligibilidade da fala. 

Nestes doentes existem alterações a diferentes níveis: articulação verbal, voz, mastigação, deglutição e motricidade orofacial. 

Na articulação verbal estes pacientes apresentam imprecisões articulatórias, isto é os sons da fala não são executados de uma forma correcta, pois os movimentos dos orgãos da fala não são controlados. O treino articulatório é importante para melhorar as condições funcionais
da musculatura que intervêm na articulação da palavra, contribuindo para melhorar a produção dos fonemas (sons).

Os pacientes com Parkinson apresentam frequentemente uma voz com as seguintes características: soprosa, rouca, monótona, de baixa intensidade e grave. Os objectivos do terapeuta da fala na reabilitação vocal são os seguintes: propiciar uma voz agradável, aumentar a projeção vocal tornando a voz mais audível, controlar o ritmo e entoação. Além disso, a coordenação da respiração também tem um papel fundamental para a melhoria da qualidade vocal. 


Além das alterações de comunicação alguns pacientes manifestam alterações de sucção, mastigação e deglutição. As principais alterações são: lentidão ou dificuldade na mastigação,  escape de saliva (baba), episódios de engasgamento durante a alimentação. 

O trabalho do Terapeuta da Fala nos doentes com Parkinson tem grande importância para estes manterem uma melhor qualidade de vida. Este profissional pode intervir tanto nos problemas de comunicação, como nos de deglutição decorrentes desta patologia. A intervenção nestes doentes é importante que seja realizada de forma precoce, quando ocorrem os primeiros sinal de alterações de comunicação e deglutição. 



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Parkinson


Como hoje se comemora o dia mundial da doença de Parkinson, esta semana irei escrever sobre esta doença e como a Terapia da Fala pode melhorar a qualidade de vida destes doentes. 


A doença de Parkinson é uma das principais causas neurológicas de déficit motores ou até incapacidade física em indivíduos com mais de 60 anos, podendo afetar ambos os sexos e todas as raças. O fator hereditariedade foi citado porém não foi comprovado.
O Parkinson é manifestado através da tríade: tremor, rigidez e acinesia. 


Segundo Murdoch o tremor consiste em “contrações rítmicas de um determinado grupo de músculos, alternados com a do grupo muscular antagonista”. Apesar do tremor não acarretar a incapacidade física como outros sintomas Parkinson, este é bastante incómodo e socialmente desagradável.O tremor parkinsoniano tem características bem peculiares: é executado pelopolegar com o indicador, como se estivesse a contar dinheiro e ocorre em uma média de 3 a 7 oscilações por segundo.O tremor é mais evidente em repouso, durante a movimentação intencional ele é abolido ou diminuído e reaparece quando uma postura é mantida. Este desaparece no sono.
Normalmente o tremor começa nas mãos, pés e frequentemente envolve a face na área da boca, podendo atingir ainda maxilares, língua e estruturas peitorais. O tremor pode ficar restrito a uma parte do corpo, como também pode se alastrar sem um prazo definido.


A rigidez é a resistência a movimentação passiva afetando os músculos agonistas e antagonistas ao mesmo tempo. Embora inicialmente se limite a alguns grupos musculares com evolução da doença pode se alastrar.
A rigidez pode levar a outros distúrbios, tais como:


  • Embora em grau menor que a acinesia, contribui para fraqueza muscular;
  • Diminuição da amplitude e lenificação dos movimentos ;
  • Boa força inicial, mas não consegue manter ou repetir a contração;
  • Desvio de postura, tronco e membros: quando está de pé, apresenta tronco e cabeça inclinada para frente, braços em flexão ao nível dos cotovelos e joelhos em flexão e adução dos dedos.
Os termos acinesia, bradicinesia e hipocinesia descrevem o grau de diminuição de mobilidade de lentidão dos movimentos e redução dos movimentos automáticos. Não sendo estes acompanhados de distúrbios de força ou coordenação. Estas manifestações também estão associados a rigidez.
A acinesia no Parkinson é responsável:
  • Pelo empobrecimento acentuado dos movimentos espontâneos;
  •  Lentidão do início dos movimentos voluntários;
  • Perda dos movimentos associados normais(ex.: perda do balanço dos braços ao andar)
  • A marcha é arrastada, difícil de iniciar, manter e modificar a velocidade, com passos arrastados e em geral com velocidade crescente e aumentada . 
  • Alterações da voz com amplitude reduzida e voz monótona;
Os primeiros sinais da doença são quase imperceptíveis como, caligrafia menos legível, fala monótona, lapsos de memória e depressão que podem ser confundidos com outras doenças. Com o passar do tempo, os sinais tornam-se mais evidentes e diminui-se a qualidade de vida. Apesar de toda a evolução observada na área médica nos últimos anos, a doença de Parkinson ainda é de difícil diagnóstico e sem cura. Quando finalmente a doença é diagnosticada, o paciente é encaminhado para o tratamento padrão com medicamentos de uso contínuo.





quarta-feira, 10 de abril de 2013

Estratégias para promover a comunicação em crianças austistas




Estratégias para promover a comunicação em crianças autistas
  • Evite perguntas diretas;
  • Dê resposta a todas as tentativas de comunicação; espontânea;
  • .Espere e demonstre. Torne-se o modelo;
  • Use gestos e expressão facial de forma abundante;
  • Use a prosódia de forma exagerada (entoação, volume, ritmo do discurso);
  • Crie situações comunicativas, com múltiplas;
  • Oportunidades para comunicar e praticar;
  •  Reduza a complexidade da linguagem;
  •  Procure e incentive o contacto visual;

Outras estratégias para a intervenção:
  • Objeto preferido fora do alcance;
  • Instrução errada;
  • Material incompleto para completar a tarefa;
  • Material da tarefa com defeito;
  • Material errado para a tarefa;
Tony Attwood



terça-feira, 9 de abril de 2013

Síndrome de Asperger


0 Síndrome de Asperger (SA) é uma perturbação global do desenvolvimento que faz parte do espectro autista. As principais dificuldades do autismo e SA são as mesmas, sendo que no SA estas manisfestam-se de forma mais ligeira e normalmente sem défice cognitivo. Segundo Costa(1997), o autismo clássico refere-se a indivíduos com um conjunto bastante definido de sinais e sintomas fáceis de diagnosticar.  Por outro lado, o SA refere-se aqueles que constituem excepções  apresentando inteligencia normal ou quase normal e um funcionamento bastante mais adequado do que o autismo clássico. 
 O Síndrome de Asperger é, então, definida como uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta por alterações na interação social, na comunicação e no comportamento, estando classificada num subgrupo do espectro de autismo.
Em Portugal, estima-se que o numero de crianças afetadas ronde os 40 mil, verificando-se uma maior prevalência no sexo masculino - cerca de 5 rapazes para 1 rapariga.

Principais características do síndrome de Asperger: 


  • Ausência de empatia, não por incapacidade mas por dificuldade em expressar sentimentos;
  • Interação  inadequada;
  • Capacidade reduzida (ou mesmo ausente) para estabelecer amizades; 
  • Discurso muito formal e repetitivo (muitas das vezes fora do contexto);
  • Comunicação não verbal pobre (poucas expressões faciais); 
  • Interesse e atividades restritivas;
  • Fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas ou desajeitadas.
Perfil característico das competências linguísticas:
  • O padrão inclui frequentemente um atraso ligeiro no início da fala;
  • Contato ocular reduzido;
  • Discurso pouco coeso;
  • Dificuldades em iniciar e manter turnos e tópicos na conversação;
  • Erros de pragmática (forma como a linguagem é utilizada);
  • O vocabulário tende a ser fluente e avançado, a escolha de palavras invulgar e o discurso algo “pomposo” ou formal;
  • Alterações de prosódia, como entoação exagerada velocidade de discurso aumentada, altura tonal muitas vezes exagerada e sensação de voz robotizada; 
  • Podem utilizar incorretamente os pronomes pessoais ou, por exemplo, usar o nome próprio em vez de eu ou tu;
  • Alterações na compreensão, incluindo interpretações literais (duplos sentidos, metáforas);
  • Verbalização de pensamentos (o constante pensar em voz alta);
  • Discurso com muitas ecolálicas (repetição de palavras e sons que a criança tenha ouvido recentemente ou bastante tempo atrás); 


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Níveis de autismo



Dentro da perturbação do espectro autista (PEA) existe uma enorme variabilidade de características que a criança pode apresentar. Assim a PEA é um conjunto de perturbações do neuro-desenvolvimento que apresentam uma serie de caraterísticas comuns. Estas perturbações manifestam-se, com maior ou menor intensidade, através de dificuldades muito especificas nas áreas da interação social, comunicação e interesses.


É necessário considerar o autismo uma síndrome na qual se encontra um leque de gravidade que possui num extremo quadros severos (autismo não verbal) e no outro quadros leves (como a desordem de Asperger ou de transtorno Invasivo não especificado). Entre esses dois extremos são encontrados os graus intermediários de autismo.

Ao nível da linguagem, as crianças com PEA apresentam um atraso de desenvolvimento da linguagem tanto ao nível da expressão como da compreensão. Este atraso pode ir nos casos mais severos á ausência total da fala (mutismo), sendo que nos casos em que há desenvolvimento da linguagem oral é constituída por palavras isoladas ou inventadas, ecolália (repetição de palavras) em alguns casos, a utilização de palavras e expressões desadequadas para a idade da criança. A fala destas crianças é muitas vezes desajustada e repetitiva. Ao nível da compreensão estas crianças normalmente também apresentam alterações, dependendo da severidade do quadro de autismo. 





terça-feira, 2 de abril de 2013

Espectro do autismo

Espectro do autismo




O Autismo consiste numa disfunção do funcionamento cerebral, de início na infância, caracterizando-se por um desenvolvimento intelectual desequilibrado, afetando igualmente a capacidade de socialização do indivíduo. Assim, considera-se um conjunto de alterações que são comuns à ampla variedade de condições incluídas no conceito de Espectro do Autismo:

1- Alterações ao nível da interação social (conhecimento dos códigos de interação social);
2- Alterações ao nível da comunicação (verbal e não verbal);
3- Alterações ao nível da imaginação e jogo simbólico(Pouca flexibilidade do pensamento,rigidez e pouca imaginação);

Este conjunto de alterações que definem o problema central do Autismo, fazem-se sempre acompanhar por um padrão de atividades repetidas e estereotipadas.

Sinais precoces de alerta

  • Dificuldade no contacto visual;
  • Reacção estranha aos sons
  • Rejeição do contacto corporal
  • Anomalias no brincar/socialização
  • Criança demasiado sossegada, sem necessidade de atenção
  • Falta de expressão facial
  • Falta de reacções antecipatórias às rotinas diárias
  • Problemas na alimentação/Hiperselectividade