Bem - Vindo ao Meu Espaço

Olá a todos!

Sou terapeuta da fala desde 2008 e desde então que exerço o que para mim é a melhor profissão do mundo!

Trabalho em diferentes contextos:

🏡Domiciliar (grande Porto);

💻Sessões por videochamada;

🏣Clínica;

Sou uma profissional em constante formação. Sou mestre em psicopatologia da comunicação e linguagem, pós-graduada em comunicação, linguagem e fala e formada nos 3 níveis de processamento auditivo central. Além disso, participo em várias formações de curta duração nas temáticas da linguagem oral e escrita, em perturbações dos sons da fala e autismo.

A minha grande paixão é a área da linguagem oral e escrita e por isso participo regularmente em formações para educadoras de infância e professores do 1º ciclo.

Neste blog poderá consultar os principais sinais que poderão requerer uma intervenção profissional, bem como os métodos e soluções atualmente utilizadas no âmbito da Terapia da Fala.

Se tiver alguma dúvida ou desejar marcar uma consulta de avaliação, não hesite em contactar-me. 📩

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Perturbação fonética vs Perturbação fonológica


Uma das perturbações mais comuns em crianças são as alterações na produção dos sons da fala (fonemas). Esta é principal causa que leva os pais a uma avaliação do seu filho em Terapia da fala. Muitas vezes a criança com 4/5 anos apenas omite o fonema /l/ (lápis, papel, cola), noutros casos a criança substitui e omite muitos fonemas o que torna o seu discurso ininteligível.
Existem dois tipos de perturbações que as crianças ou mesmo adulto não articulam corretamente os sons da língua, que muitas vezes são confundidas e na realidade têm tempo de intervenção muito diferentes.

 Perturbação fonética
Neste tipo de perturbação os erros que os pacientes cometem são consistentes, isto é, ocorrem sempre da mesma forma, são previsíveis (ex. a criança nunca articula o som /l/.. ou distorce o som /s/).
O paciente apenas apresenta dificuldade em articular determinados fonemas. Pois ele sabe que o fonema existe mas não o consegue articular corretamente. Muitas vezes estas dificuldades articulatórias têm uma origem anatómica, isto é, as estruturas fonoarticulatórios apresentam alguma alteração (má oclusão dentaria, freio da língua curto). Nesses casos é bom perceber qual é o problema que está subjacente ao problema articulatório. Mas nem em todos os casos de perturbação fonética existe alguma alteração a nível anatómico.
Estas perturbações normalmente têm um tempo de intervenção mais rápido, pois o paciente tem consciência do som, só necessita de aprender a articula-lo corretamente e depois automatizar no seu discurso espontâneo.
Atualmente, acompanho 2 pacientes com este tipo de perturbação, num dos casos a criança tem 6 anos e não articula o fonema /r/ em nenhuma posição da palavra (cara, comer, prato, carne). Portanto, omite este som o que faz que também omita este som quando está a ler um texto, foi neste momento que o ‘professor percebeu e indicou que a criança tivesse intervenção em Terapia da Fala. Neste caso a criança deveria ter iniciado a terapia antes de ter iniciado o ensino básico.

Perturbação fonológicos
Considera-se uma perturbação fonológica quando os erros que o paciente apresenta não são consistentes, isto é, quando não ocorrem sempre da mesma forma. (diz /saca/ em vez de /faca/ e diz /cama/ em vez de /fama/, por isso não articula o som /f/ mas substitui o /f/ por sons diferentes).
A perturbação fonológica é considerada um problema de linguagem, manifestado pelo uso ina­dequado, observado na fala, das regras fonológicas características do sistema usado pelos falantes adultos da língua. Uma alteração na aquisição fonológica indica dificuldades potenciais a diversos níveis, como a discriminação de sons, o reconhecimento de contrastes fonológicos (ex. f/v) e das representações desses contrastes no léxico (ex.faca/vaca), a modi­ficação dos sons que são padrões na fala, em razão do uso inadequado das regras fonológicas e a arti­culação imprecisa, entre outros fatores.
A perturbação fonológica é manifestada pela severidade e ininteligibilidade da fala em graus va­riáveis, causada por problemas de fala com indi­cação de terapia da fala.

Características fonológicas

A maioria das crianças com distúrbios fonológicos têm um sistema fonológico semelhante ao das crianças que não têm este problema, em alguns casos também podem apresentar processos fonológicos que não são observados regularmente durante o desenvolvimento. É preciso destacar que se espera uma certa sequência e velocidade no desenvolvimento fonológico, embora cada criança desenvolva a sua linguagem de uma forma particular.
Muitas vezes, as crianças com este tipo de perturbações têm um sistema fonológico que obedece a regras que nem sempre são as previstas na língua. Portanto, possuem várias limitações no uso das re­gras fonológicas e não formam um grupo unifor­me. A maior parte das crianças com distúrbio fonológico usa processos fonológicos semelhantes aos da criança em desenvolvimento típico, mas também pode usar processos únicos e que não são comuns no desenvolvimento. O uso de processos idiossincráticos (não obser­vados no desenvolvimento típico) pelas crianças com distúrbio fonológico é pequeno tanto no número de ocorrências quanto no número de crianças que o apresentam. Além disso, os sujeitos que utilizam pro­cessos fonológicos idiossincráticos fazem- no de forma conjunta com os processos fonológicos de desenvolvimento.
Uma das principais preocupações dos terapeutas da fala é a grande possibilidade das crianças com diagnóstico tardio de perturbação fonológica apresentarem dificuldades no processo de alfabetização. O encaminhamento precoce para o terapeuta da fala diminui o risco de ocorrência de dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita, as quais estão diretamente relacionadas ao processamento fonológico, que envolve a consciência fonológica.
Atualmente, acompanho diversos casos de perturbações fonológicas, sendo que umas são bastante mais graves que outras. Nestes casos as crianças normalmente conseguem articular corretamente todos os sons do Português, mas não os utilizam no local correto. O exemplo de algumas palavras de uma criança que acompanho com 5 anos /neca/ em vez de /mesa/, /paiaco/ em vez de /palhaço/, /choada/ em vez de /joana/, /nado/ em vez de /dado/, /naiz/ em vez de /nariz/, /gato/ em vez de /rato/….).


Normalmente o tempo de acompanhamento terapêutico é bastante mais prolongado em crianças com este diagnóstico comparativamente com as crianças com perturbações fonéticas. Isto acontece porque na intervenção é necessário trabalhar a reeducação so sistema fonológico (exercícios de discriminação auditiva, memória auditiva, consciência fonológica) e depois é necessário um processo de automatização dos fonemas nos locais corretos. 

Sem comentários:

Enviar um comentário