Bem - Vindo ao Meu Espaço
Olá a todos!
Sou terapeuta da fala desde 2008 e desde então que exerço o que para mim é a melhor profissão do mundo!
Trabalho em diferentes contextos:
🏡Domiciliar (grande Porto);
💻Sessões por videochamada;
🏣Clínica;
Sou uma profissional em constante formação. Sou mestre em psicopatologia da comunicação e linguagem, pós-graduada em comunicação, linguagem e fala e formada nos 3 níveis de processamento auditivo central. Além disso, participo em várias formações de curta duração nas temáticas da linguagem oral e escrita, em perturbações dos sons da fala e autismo.
A minha grande paixão é a área da linguagem oral e escrita e por isso participo regularmente em formações para educadoras de infância e professores do 1º ciclo.
Neste blog poderá consultar os principais sinais que poderão requerer uma intervenção profissional, bem como os métodos e soluções atualmente utilizadas no âmbito da Terapia da Fala.
Se tiver alguma dúvida ou desejar marcar uma consulta de avaliação, não hesite em contactar-me. 📩
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Gaguez
A característica essencial da Gaguez é uma perturbação na fluência normal e organização temporal da fala, inadequadas para a idade do sujeito. Esta perturbação é caracterizada por frequentes repetições ou prolongamentos de sons e sílabas. Podem também estar incluídos outros tipos de perturbação da fluidez da fala, incluindo interjeições, palavras divididas (por exemplo, pausas dentro de uma palavra), bloqueios audíveis ou silenciosos (pausas preenchidas ou vazias na fala), circunlóquios (substituições de palavras para evitar palavras problemáticas), palavras produzidas com um excesso de tensão física, repetições de palavras monossilábicas (“E-E-E-ele”). A alteração na fluência interfere com o rendimento escolar, laboral ou com a comunicação social. Se estiver presente um défice sensorial ou motor da fala, as dificuldades da fala são excessivas em relação às que estariam normalmente associadas com estes problemas.
A intensidade da perturbação varia em função das situações e muitas vezes é mais grave quando há uma pressão social para comunicar (por exemplo, numa exposição na escola ou numa entrevista de emprego). A gaguez muitas vezes não se verifica na leitura oral, no canto ou a falar a objecto inanimados ou animais.
Perturbações e Características Associadas
No início da gaguez o paciente pode não se aperceber do problema, no entanto, mais tarde, aparece a consciência do problema e uma antecipação ansiosa da sua dificuldade. A pessoa pode então tentar evitar a gaguez através de mecanismos linguísticos (por exemplo, alterando a velocidade da fala, evitamento de certas situações verbais como telefonar ou falar em publico, ou ainda evitar certas palavras ou sons). A gaguez pode ser acompanhada por movimentos motores (por exemplo, piscar de olhos, tiques, tremores dos lábios ou da face, extensões bruscas da cabeça, movimentos respiratórios ou cerrar os punhos). Demonstrou-se que o stress ou a ansiedade podem exacerbar a gaguez. Devido à associação de ansiedade, frustração ou baixa auto-estima, pode produzir-se uma alteração do funcionamento social. Nos adultos, a Gaguez pode ser limitativa da escolha ocupacional ou progresso na carreira. Nas pessoas com Gaguez, a Perturbação Fonológica e a Perturbação da Linguagem Expressiva ocorrem com uma frequência mais elevada do que na população geral.
Prevalência
A prevalência da Gaguez nas crianças na fase pré-pubertária é de 1% e baixa para 0,8% na adolescência. A proporção entre homens e mulheres é aproximadamente de 3:1.
Evolução
Estudos realizados com pessoas com Gaguez indicam que o aparecimento se produz tipicamente entre os 2 e os 7 anos (com um pico à volta dos 5 anos). Em 98% dos casos o início produz-se antes dos 10 anos de idade. O início é normalmente insidioso, prolongando-se por vários meses durante os quais se produzem anomalias episódicas da fluidez verbal, que passam despercebidas, mas que se vão convertendo num problema crónico. Em regra, a perturbação começa gradualmente com a repetição de consoantes iniciais, palavras que geralmente iniciam uma frase ou palavras longas. De um modo geral, a criança não se apercebe da Gaguez. À medida que a perturbação progride instaura-se uma evolução oscilante. As alterações da fluidez tornam-se cada vez mais frequentes e a Gaguez ocorre com mais frequência nas palavras ou frases mais significativas. Quando a criança tem consciência das suas dificuldades da fala, podem ocorrer mecanismos de evitamento das alterações da fluência e observam-se respostas emocionais. Algumas investigações sugerem que aproximadamente 20 a 80% dos sujeitos com Gaguez recuperam espontaneamente. Habitualmente, a recuperação ocorre antes dos 16 anos.
Como lidar com a criança gaga
• Não criticar a criança por causa das dificuldade na fala;
• Conversar mais baixo e devagar com ela;
• Fale de forma simples, clara, fácil e com frases curtas.
• Não enfatize mais os erros achando piada à fala enfatizada.
• Não corrija na frente de outras pessoas.
• Quando a criança falar mal, devolva com o padrão correto expandindo e modelando a fala.
Se a criança gaguejar:
• Não se mostre impaciente.
• Não diga para parar e começar de novo ou para parar e pensar antes de falar.
• Não complete a palavra gaguejada.
• Peça para respirar, ficar calmo e falar devagar.
• Não questione em público.
• Não questione oralmente quando a criança está fadigada ou excitada.
• Tente manter um ambiente tranquilo, com oportunidade para a criança contar calmamente
as suas histórias e novidades.
• Não se esqueça, que quando a criança fala, precisa de atenção.
Sinais de alerta
•Repetição e prolongamento de sons e sílabas;
•Interjeições;
•Palavras partidas (por ex., pausas dentro de uma palavra);
Bloqueio audível ou silencioso;
Circunlocuções (substituições de palavras para evitar as que são problemáticas);
•Palavras produzidas com excesso de tensão física visível;
Repetições de palavras monossilábicas completas (por ex., "Eu-eu-eu vou").
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Refluxo laringo-faringeo
Como hoje é o dia mundial da alimentação, resolvi escrever um pouco sobre uma patologia que afeta a voz de muitas pessoas que é o refluxo laringo-faringeo. Este problema pode ser minorado com pequenas alterações na alimentação.
O refluxo gastro-esofágico (RGE) e o refluxo laringo-faringeo (RLF) são patologias decorrentes de uma falha anatómica e/ou funcional dos mecanismos de contenção do conteúdo gástrico no estômago.
No refluxo gastro-esofágico o ácido do estômago (ácido clorídrico) passa para dentro do esófago e nesse caso o paciente sente principalmente azia. Na endoscopia é possível verificar alterações no esófago que permitem diagnosticar o RGE.
No refluxo laringo-faringeo (RLF) o conteúdo do estômago sobe até á laringe e faringe., provocanndo lesões na sua mucosa. Assim, podemos ter doença do refluxo faringo-laríngeo, sem ter os sintomas clássicos do refluxo e sem haver alteração nos exames de endoscopia. Esta laringite de refluxo manifesta-se por rouquidão, sensação de corpo estranho ou muco na garganta, tosse, pigarreio e cansaço vocal.
O diagnóstico é feito através de uma consulta de O.R.L com laringóscopia, sendo por vezes necessários outros exames. O tratamento passa por modificações no estilo de vida e na dieta e por vezes sessões de Terapia da fala ou tratamento farmacológico.
Estratégias para evitar o refluxo:
• Fazer mais refeições ao dia;
• Evitar fazer esforço ou deitar duas horas após a refeição;
• Dieta rica em fibras;
• Elevar a cabeceira da cama 15 cm;
• Diminuir o nível de stress;
• Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, muito condimentados e fritos;
• Não fumar;
• Evitar o consumo de álcool e alimentos com cafeína (chá, café, chocolate…)
• Evitar bebidas gaseificadas;
• Evitar alimentos muito ácidos (laranja, tomate, limão…);
• Caminhar após as refeições;
Se sentir rouquidão, dor a engolir, sensação de corpo estranho na garganta, tosse ou cansaço vocal deve consultar um médico O.R.L (otorrino).