Bem - Vindo ao Meu Espaço

Olá a todos!

Sou terapeuta da fala desde 2008 e desde então que exerço o que para mim é a melhor profissão do mundo!

Trabalho em diferentes contextos:

🏡Domiciliar (grande Porto);

💻Sessões por videochamada;

🏣Clínica;

Sou uma profissional em constante formação. Sou mestre em psicopatologia da comunicação e linguagem, pós-graduada em comunicação, linguagem e fala e formada nos 3 níveis de processamento auditivo central. Além disso, participo em várias formações de curta duração nas temáticas da linguagem oral e escrita, em perturbações dos sons da fala e autismo.

A minha grande paixão é a área da linguagem oral e escrita e por isso participo regularmente em formações para educadoras de infância e professores do 1º ciclo.

Neste blog poderá consultar os principais sinais que poderão requerer uma intervenção profissional, bem como os métodos e soluções atualmente utilizadas no âmbito da Terapia da Fala.

Se tiver alguma dúvida ou desejar marcar uma consulta de avaliação, não hesite em contactar-me. 📩

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Consciência fonológica e a sua importância na leitura e escrita


O que é a consciência fonológica


Para Sim-Sim a consciência fonológica é o “conhecimento que permite reconhecer e analisar, de forma consciente, as unidades de som de uma determinada língua, assim como as regras de distribuição e sequência do sistema de sons dessa língua.”Em contraste com as atividades de falar e de ouvir falar, a consciência fonológica implica a capacidade de espontaneamente prestar atenção aos sons da fala e não ao significado do enunciado”. (Sim-Sim., 1998, pp.225)
A CF é uma capacidade cognitiva que se desenvolve gradualmente e que culmina com a tomada de consciência de que a fala pode ser segmentada nos seus diferentes constituintes, palavra, sílaba e fonema. (Pestun, 2005) 
Apesar das diferentes definições de CF descritas na literatura, parece consensual que a CF diz respeito à consciência de que a linguagem falada pode ser dividida em várias unidades, isto é, que as frases podem ser divididas em palavras, de que as palavras se decompõem em silabas e as silabas em fonemas. As crianças começam a ter capacidades na realização de tarefas mais simples como a segmentação frásica e silábica, sendo que esta capacidade vai evoluindo  abrangendo as capacidades de reflexão (constatar e comparar, ex. identificação de silabas iguais, rimas) e de manipular (omitir e transpor silabas e fonemas).

Desenvolvimento da Consciência fonológica

  • Dos 3 aos 4 anos, a crianças segmentam palavras em silabas (2/3 silabas), identificam rimas e alterações;
  • Aos 4 anos, as crianças realizam segmentam palavras maiores e frases;
  • Aos 5 anos, as crianças realizam omissão e manipulação de silabas e começam a ter noção do fonema;
  • Aos 6 anos, as crianças são capazes de realizar a maioria das atividades, embora ainda tenham algumas dificuldades ao nível da realização de tarefas fonémicas 

  • Consciência fonológica e aprendizagem da leitura e escrita

O código do português utiliza o princípio alfabético da escrita, isto é, estabelece-se uma correspondência entre as unidades mínimas da fala (fonema) e os grafemas (letras), portanto baseia-se na relação fonema/ grafema, a qual se estabelece através da reflexão dos sons da fala e a sua relação com os grafemas, o que, por sua vez, requer o acesso à CF. (Alves e Freitas, 2007) 

A escrita implica uma reflexão consciente sobre as características da escrita, dos grafemas e dos fonemas. Assim, o domínio do princípio alfabético, por parte da criança, requer o reconhecimento da relação fonema/grafema, a capacidade de segmentação fonémica e de análise, reflexão e síntese das unidades fonémicas que constituem as palavras faladas. (Tunner, Pratt, & Herriman, 1984).

O desenvolvimento da consciência fonológica encontra-se intimamente relacionado com a aprendizagem da leitura e da escrita, por isso é necessário promover esta competências até à entrada no 1ºciclo, para prevenir dificuldades futuras no processo de aprendizagem da associação grafema-fonema (leitura) e fonema-grafema (escrita) (Sim-Sim, 1998).

Por isso é de extrema importância que os pais e educadores de infância estimulem esta competência de forma a prevenir dificuldades na posterior aprendizagem da leitura e escrita. Também é importante estarem atentos a dificuldades apresentadas pelas crianças, especialmente se além das dificuldades ao nível da consciência fonológica  ainda se verificarem alterações na produção de sons (alterações articulatórias), pois estas crianças terão maior probabilidade de futuramente apresentarem dificuldades de leitura e escrita. 

Sinais de alerta

Idade pre-esolar

  • Fala tardia;
  • Dificuldades em memorizar canções, histórias, lengalengas, rimas...;
  • Alterações articulatórias;
  • Dificuldades em realizar segmentação silábica;
1º ano de escolaridade 
  • Dificuldades em realizar segmentação silábica e fonémica;
  • Dificuldade em discriminar sons parecidos (k/g, v/f, j/ch...)
  • Dificuldade em adquirir o sistema alfabético (som-letra);
  • Erros na leitura e escrita de sons semelhantes;