Bem - Vindo ao Meu Espaço

Olá a todos!

Sou terapeuta da fala desde 2008 e desde então que exerço o que para mim é a melhor profissão do mundo!

Trabalho em diferentes contextos:

🏡Domiciliar (grande Porto);

💻Sessões por videochamada;

🏣Clínica;

Sou uma profissional em constante formação. Sou mestre em psicopatologia da comunicação e linguagem, pós-graduada em comunicação, linguagem e fala e formada nos 3 níveis de processamento auditivo central. Além disso, participo em várias formações de curta duração nas temáticas da linguagem oral e escrita, em perturbações dos sons da fala e autismo.

A minha grande paixão é a área da linguagem oral e escrita e por isso participo regularmente em formações para educadoras de infância e professores do 1º ciclo.

Neste blog poderá consultar os principais sinais que poderão requerer uma intervenção profissional, bem como os métodos e soluções atualmente utilizadas no âmbito da Terapia da Fala.

Se tiver alguma dúvida ou desejar marcar uma consulta de avaliação, não hesite em contactar-me. 📩

quinta-feira, 20 de março de 2014

"Um entre muitos - A Historia do José"

Corte no subsidio para alunos com necessidades especiais




Face aos recentes acontecimentos relacionados com o protocolo celebrado entre o Instituto da Segurança Social e a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, gostaria de partilhar a minha experiência profissional. Sou Terapeuta da Fala e trabalho numa clínica psicopedagógica. Todos os casos de crianças, com atestado médico comprovativo da necessidade do apoio especializado e provenientes de agregados familiares de muitos baixos rendimentos, estão com as terapias suspensas por indeferimento ao abrigo do protocolo acima referido. Muitos destes casos são renovações de processos que se iniciaram no ano lectivo anterior, tendo decorrido nesse ano dentro da devida normalidade e legalidade.SUBSÍDIO POR FREQUÊNCIA DE ESTABELECIMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIALLEGISLAÇÃO: Decreto Regulamentar n.º 14/81, de 7 de ABRILDecreto-Lei n.º 170/80, de 29 de MaioDecreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de MAIODecreto–Lei n.º 133-C/97, de 30 de MAIODecreto Regulamentar n.º 24-A/97, de 30 de MAIO

O QUE É?Prestação pecuniária mensal de montante destinada a compensar os encargos económicos com o apoio ou educação específica das crianças ou jovens portadores de deficiência titulares do subsídio familiar a crianças e jovens, até aos 24 anos.QUEM TEM DIREITO?Atribuído aos descendentes, portadores de deficiência, com idade inferior a 24 anos, que se encontrem numa das seguintes situações:• Frequentem estabelecimentos de educação especial, particulares, com ou sem fins lucrativos ou cooperativos, tutelados pelo Ministério de Educação e que impliquem o pagamento de mensalidade;• Necessitem de frequentar estabelecimento particular de ensino regular, após a frequência do ensino especial;• Necessitem de apoio individualizado, pedagógico ou terapêutico específico, adequado à deficiência de que são portadoras;• Frequentem creche ou jardim de infância normal como meio específico de superar a deficiência e de obter, mais rapidamente, a integração social. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:• Requerimento do encarregado de educação ou de quem o substitua, em impresso próprio da Seg. Social (entregue até um mês antes do início de cada ano lectivo);• Prova de matrícula, no caso de frequência de estabelecimento de ensino;•  Declaração de inscrição do estabelecimento pedagógico, referindo o valor da mensalidade;• Declaração de médico especialista que comprove o tipo de deficiência: física, motora, orgânica, sensorial ou intelectual;• Declaração das receitas ilíquidas do agregado familiar;• Prova da despesa anual com a habitação;• Declaração da entidade patronal do encarregado de educação, de não atribuição de subsídio com idêntico fim ou, no caso positivo, qual o seu valor;• Outros documentos exigidos pelo Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social da área da residência. Podem consultar toda a informação no website da Segurança Social:http://www4.seg-social.pt/subsidio-por-frequencia-de-estabelecimento-de-educacao-especial Numa manobra política de ilegalidade a referida legislação não tem sido cumprida pelo Governo, apesar dos desmentidos na comunicação social pelo Ministro Mota Soares.Além da ilegalidade e da demagogia habitual da classe política, escandaliza-me a falta de ética e a quebra de deontologia e sigilo profissional, uma vez que os processos das crianças com atestados médicos e que deveriam ser verificados pela Segurança Social, andam a transitar, sem autorização dos interessados e dos respectivos encarregados e educação e médicos, para os agrupamentos escolares, onde algum técnico ou professor indefere os respectivos processos.O futuro destas crianças esta a ser comprometido pois sem as respectivas terapias a probabilidade de aproveitamento escolar é muito reduzido, aumentando no futuro os encargos sociais em virtude do seu insucesso.Uma vez mais testemunhamos uma medida de injustiça social e de aumento da diferença de classes por parte deste Executivo que permanece impune no claro incumprimento da LEI.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Aprender a Falar



Não há duas crianças iguais, dizem educadores, pediatras e sabem os pais, tios e avós. Há miúdos que começam a andar mais cedo, outros que falam mais tarde. Reagir precocemente ajuda, quando aparecem os primeiros sinais de alerta.

A Marta foi a primeira filha, a primeira neta e a primeira sobrinha na família. Recebia todas as atenções e nunca teve dificuldade em fazer-se entender – mesmo quando, já depois dos dois anos, ainda não conseguia verbalizar bem o que queria. «Era uma criança rodeada de adultos que a compreendiam, muito apaparicada», conta a mãe, Helena Agostinho. «Toda a gente achava muita graça à forma como ela falava e dizia cui em vez de leite ou repetia totinho para pedir a história do capuchinho vermelho».

Helena corrigia sem grande sucesso as palavras da filha e ia recebendo do médico e das educadoras a mesma resposta: «Não se preocupe!». Só que o tempo foi passando, a Marta cresceu, teve que mudar de escola e integrar uma turma de meninos já com mais de três anos, e, um dia, a professora fez um comentário que fez soar o alarme. «Ela às vezes quer brincar a uma determinada coisa com os outros meninos, mas como não consegue exprimir-se, os outros desinteressam-se», contou-lhe.

Foi o suficiente para Helena Agostinho, que tem formação em Psicologia, marcar uma consulta de desenvolvimento no Hospital de Santo André, em Leiria, onde vive a família. O diagnóstico veio confirmar as suas suspeitas de que qualquer coisa não estava bem. A Marta compreendia tudo e não sofria de nenhuma perturbação cognitiva, mas tinha problemas na articulação dos sons e palavras: precisava de terapia da fala.

TERAPIA MAIS DO QUE DA FALA

A terapia da fala pode ser útil em qualquer idade e é utilizada com objectivos tão diferentes como o desenvolvimento do instinto de sucção de um bebé prematuro, a promoção da comunicação numa criança com autismo ou a recuperação da fala de um adulto que sofreu um AVC. Abrange áreas muito diversas. «O terapeuta intervém ao nível da linguagem, da fala, da voz, da motricidade orofacial e das dificuldades de aprendizagem de leitura e da escrita», explica Ângela Nogueira, terapeuta no centro Diferenças, em Lisboa.

Nas crianças, as dificuldades no desenvolvimento da linguagem (compreensão e expressão) podem mostrar-se muito cedo – aos seis meses, um bebé já deverá reagir aos sons e ao contacto ocular (ver quadro anexo). Mas é sobretudo a partir dos dois anos que incidem as preocupações paternas, por ser nessa altura que a maioria dos miúdos inicia a verbalização e a pressão social começa a fazer-se sentir. «O que é que ele já diz?», perguntam todos.

«Em média, as crianças dizem as primeiras palavras aos 18 meses. Começam por mamã, papá, agum ou aba para água, etc.... sabem o nome do ursinho ou o nome da avó, do cão, do gato», confirma a terapeuta da fala Jaqueline Carmona, do CADIN, Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil, em Cascais, especializada em casos de disfluência (gaguez). Fala-se, contudo, no desenvolvimento considerado típico com base em dados estatísticos. «Não há dois irmãos que falem igual, nem sequer dois irmãos gémeos», alerta a terapeuta.

Os miúdos evoluem de uma forma progressiva, mas nem sempre linear. «É muito vulgar surpreenderem-nos, especialmente quando há uma interrupção, mesmo curta como acontece na Páscoa. Às vezes, basta uma mudança de ambiente, uns dias com os pais, para darem um salto, desabrocharem», garante a educadora de infância Ana Paulino Jorge. Além disso, «em termos de desenvolvimento linguístico, estar seis meses atrás do esperado não é grave», acrescenta Jaqueline Carmona. Por isso, nem sempre é fácil saber quais são os sinais de preocupação e como e quando se deve agir.

PREGUIÇA OU PROBLEMA?

O Manuel, hoje com seis anos, foi desde bebé um miúdo muito dado, sem qualquer problema em fazer-se entender, no diálogo com os crescidos ou com outros miúdos. Aos dois usava um vocabulário próprio e utilizava com mestria e graça sons e gestos para comunicar – e assim continuou até perto dos quatro anos.

A mãe, Ana Alcoforado, dava o benefício da dúvida e esforçava-se por acreditar no que todos lhe diziam: «vai ver que, de um dia para o outro, ele começa a falar». Mas manteve-se atenta. «O Manuel não era um miúdo que aumentasse o som da televisão para ouvir melhor, eu não precisava de o chamar duas vezes e não tinha indícios de abstracção ou isolamento perante a realidade», explica. Um encefalograma e os testes de otorrino nada apontaram e foi por sugestão da directora do colégio que frequenta, em Sintra, que o Manuel fez a primeira avaliação e iniciou a terapia da fala aos três anos e meio. Na consulta de pediatria dos quatro anos confirmou-se que o Manuel estava a ter problemas na aquisição linguística, foi a uma consulta de desenvolvimento e passou a ser acompanhado pela terapeuta Ângela Nogueira no centro Diferenças. «Estas consultas deviam fazer parte do plano nacional de saúde, até para os pais saberem quando devem preocupar-se ou não», diz hoje Ana Alcoforado. «A preguiça às vezes serve de desculpa para coisas a mais», lamenta.

A reacção do Manuel à terapia, que incluía apoio psicopedagógico, foi imediata. «O salto foi gigantesco neste último ano e meio», garante a mãe. Toda a família se envolveu nos trabalhos de casa e treino dos exercícios sugeridos pela terapeuta – sempre com entusiasmo, bom humor e «sem fazer disso um cavalo de batalha», para evitar a saturação. O Manuel iniciou em Setembro o primeiro ciclo do ensino básico e não sabe ainda quando terminará a terapia da fala. «Ele tem também um palato pequenino e um pragmatismo ligeiro que vai ser corrigido com um aparelho. Se não fosse isso, penso até que já teria tido alta antes», diz Ana.

SINAIS DE ALARME

«A aquisição tardia da linguagem e a prevalência de produções verbais incorrectas (erros na articulação dos sons, omissão de sílabas na palavra, etc) podem ter consequências nas futuras aprendizagens escolares da leitura e da escrita», afirma a terapeuta Ângela Nogueira. Adriana Vieira, professora do primeiro ciclo do ensino básico concorda. «A maioria dos casos é sinalizada no ensino pré-escolar. Mas há miúdos que se perdem em burocracias [uma consulta de desenvolvimento no serviço público pode demorar três a seis meses], outros que os pais acham que é mimo ou tique de fala até chegarem ao primeiro ciclo e perceberem que o problema está a comprometer a leitura», explica.

«Há uma variabilidade individual, mas é muito importante que a família, os professores e pediatras valorizem as idades normais para uma determinada aquisição linguística», diz Ângela Nogueira. Até porque, sublinha Adriana Vieira, os atrasos no desenvolvimento da linguagem graves acabam por afectar a relação social da criança, por prejudicar a sua auto-estima e chegam a levar a comportamentos desviantes para chamar a atenção. «Não conseguir comunicar é muito complicado. É como cair na China de repente e querer dizer alguma coisa sem saber chinês», exemplifica Jaqueline Carmona.

«No desenvolvimento da linguagem, a criança passa por várias etapas em diferentes idades, adquirindo novos conhecimentos linguísticos», lembra Ana Mafalda Filipe, terapeuta da fala do projecto Crescer e Aprender, localizado em Oeiras. Os sinais de alerta surgem quando um miúdo se mantém demasiado tempo na mesma etapa sem conseguir avançar.

Aos dois anos, poderá ser preocupante a criança não falar, só produzir vogais, não usar ainda palavras ou frases simples, não nomear, não usar gestos. Aos três, a incapacidade de produzir uma frase, compreender um recado ou desenvolver um conceito numérico pode ser problemática – mas ainda não é exigível que pronuncie correctamente os «lhe» e os «r», por exemplo. E um discurso ininteligível ou a dificuldade em iniciar uma frase ou repetir sílabas, já com quatro anos feitos, pode significar necessidade de terapia.

UM CASO EXEMPLAR

Maria do Carmo Vale, pediatra, considera que «a partir dos dois, três anos, mesmo que a criança mostre entender o que lhe dizem e se expresse gestualmente, deve ser avaliada por um terapeuta» para confirmar se existe imaturidade ou não. «É importante frisar que o diagnóstico precoce é fundamental e se existem dúvidas é sempre melhor fazer uma avaliação para as conseguir esclarecer do que ignorá-las», reforça Ana Mafalda Filipe. Nem sempre é fácil, como bem sabe Helena Domingues, que se multiplicou em pesquisas e consultas para ajudar o filho David, hoje com nove anos. Mas o resultado pode ser deveras compensador.

O David começou por dizer mamã e papá e, um dia, deixou de falar. Era um miúdo carregado de frustração, que chorava muito, fazia birras, tinha crises de agressividade, passou por fases em que recusava a comida e gritava sempre que alguém o fazia entrar num restaurante ou num autocarro cheio de gente. Só o nunca desviar o olhar e as comprovadas tentativas de comunicação afastavam o diagnóstico de autismo.

Às consultas de pedopsiquiatria, juntaram-se duas horas semanais de psicomotricidade e de terapia da fala – aos três anos. «O David fez um ano de terapia sem dizer uma palavra, mas isso não queria dizer que o seu cérebro não estivesse a aprender os mecanismos da fala. Um dia, ele disse uma palavra, depois outra», conta a mãe emocionada. E foi ficando mais concentrado, mais receptivo.

Helena deixou de trabalhar – fazia só umas horas numa loja de brinquedos quase como terapia – para poder acompanhar o David na sua super ocupada rotina e ao mesmo tempo dar atenção aos dois filhos mais velhos, um deles hiperactivo. Não foi fácil e monetariamente as opções que foi tomando têm sido pesadas – «mesmo com as comparticipações do seguro, acho que dava para comprar um carro todos os anos», diz com um meio sorriso. Mas «esta é uma fase muito importante de um filho, em que se tem de fazer tudo o que possa ser feito. Existe um período biológico para se aprender a falar, há um prazo de validade e quanto mais tarde se começa a trabalhar, pior», repete. Sente-se realizada com o facto de o David, que é medicado e faz terapia de fala semanalmente, ser um miúdo feliz, aluno de Bom e Muito Bom. E é com um riso genuíno que reage à frase que o David diz com humor de cada vez que se engana numa frase: «Ai, este cérebro estúpido que não sabe dizer esta palavra bem!».


COMO FALA O MEU FILHO?

Do nascimento aos 6 meses
 O seu bebé reage a sons, olha e/ou move a cabeça em direcção ao som
 Produz sons
 Fale com o seu bebé de modo calmo e carinhoso
 Cante para ele
 Explique-lhe os sons que ouve
 Nomeie as pessoas familiares e os objectos que o rodeiam
 Converse com ele sobre o que está a fazer

Procure ajuda
 Observe se o seu bebé reage a sons, se não consulte o seu médico
 Procure ajuda se ele evita o contacto ocular – base da comunicação

Aos 12 meses

 Compreende ordens simples
 Diz ‘mamã’ e ‘papá’
 Responde ao seu nome
 Brinque com a sua voz, o seu bebé irá gostar: a melodia da fala ajuda-o a compreender e a desenvolver a linguagem de modo efectivo.
 Ajude o seu bebé a descobrir o prazer da comunicação: incentive todo o tipo de interacção – fazer caretas, sorrir, rir, olhar…
 Nesta fase do desenvolvimento a TV não tem qualquer valor para um bebé
 Não o deixe à frente da TV durante muito tempo, não promove a comunicação!

Procure ajuda
 Se o seu filho não disser algumas palavras
 Se o seu filho apenas comunicar com gestos e mímica
Aos 18 meses
 Compreende instruções simples
 Nomeia objectos familiares
 O vocabulário aumenta
 Fale com o seu bebé, utilize palavras e frases simples, mas não infantilizadas
 Mostre-lhe livros e fale com ele sobre os mesmos
 Estimule o interesse por cores e formas

Procure ajuda
 Se o seu filho deixar de falar
 Se a sua linguagem parar de se desenvolver
 Se revelar sinais de deterioração

Aos 2 anos
 Compreende instruções complexas
 Diz o seu nome
 Faz frases de 2-3 palavras
 Enriqueça o seu vocabulário
 Explique-lhe as palavras que desconhece
 Repita as palavras que ele não pronuncia, mas não lhe peça para repetir

Procure ajuda

 Se tem a sensação que o seu filho não a compreende
 Se o seu filho disser apenas algumas palavras
 Se o seu discurso for ininteligível
 Se não produzir frases de 2 palavras

Aos 3 anos
 Compreende frases simples, pequenas histórias
 Faz perguntas
 Utiliza alguns plurais e preposições
 Ensine o seu filho a contar histórias, ajude-o a entender os seus pensamentos e sentimentos
 Encoraje-o a deixar de usar o biberão e/ou chupeta

Procure ajuda
 Se a fala permanece ininteligível
 Se usa apenas alguns verbos e não produz artigos e adjectivos
 Se não utiliza plurais
 Se não constrói frases simples

Aos 4 anos
 A fala do seu filho é ‘semelhante’ à do adulto em termos de gramática
 Leiam histórias em conjunto, à vez vão
contando a história, deste modo estimula
uma atitude positiva para com a linguagem
e para com a leitura
 As crianças seguem exemplos, deixe que
ele a veja ler

Procure ajuda
 Se para o seu filho é difícil iniciar uma
frase ou repetir sílabas/palavras
 Se constrói apenas frases curtas,
mal estruturadas
 Se o seu discurso nem sempre é inteligível
 Se ele não for capaz de recontar acontecimentos


Revista: Pais e filhos
http://www.paisefilhos.pt/index.php/criancas/dos-3-aos-5-anos/2178-aprender-a-falar?fb_action_ids=10201220612189720&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B673510622668425%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D

Curta-metragem cordas


Cordas, ganhou o Prémio Goya 2014, na categoria de Melhor Curta Metragem de Animação espanhol.
O filme conta a história de uma menina doce que vive num orfanato, e que criou uma ligação muito especial com um novo colega de classe que sofre de paralisia cerebral. É também uma obra que fala de valores e sonhos, cativando o espectador desde o primeiro ao último minuto.

Uma história comovente e muito, muito bonita que todos devemos ver e partilhar!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Consciência fonológica e a sua importância na leitura e escrita


O que é a consciência fonológica


Para Sim-Sim a consciência fonológica é o “conhecimento que permite reconhecer e analisar, de forma consciente, as unidades de som de uma determinada língua, assim como as regras de distribuição e sequência do sistema de sons dessa língua.”Em contraste com as atividades de falar e de ouvir falar, a consciência fonológica implica a capacidade de espontaneamente prestar atenção aos sons da fala e não ao significado do enunciado”. (Sim-Sim., 1998, pp.225)
A CF é uma capacidade cognitiva que se desenvolve gradualmente e que culmina com a tomada de consciência de que a fala pode ser segmentada nos seus diferentes constituintes, palavra, sílaba e fonema. (Pestun, 2005) 
Apesar das diferentes definições de CF descritas na literatura, parece consensual que a CF diz respeito à consciência de que a linguagem falada pode ser dividida em várias unidades, isto é, que as frases podem ser divididas em palavras, de que as palavras se decompõem em silabas e as silabas em fonemas. As crianças começam a ter capacidades na realização de tarefas mais simples como a segmentação frásica e silábica, sendo que esta capacidade vai evoluindo  abrangendo as capacidades de reflexão (constatar e comparar, ex. identificação de silabas iguais, rimas) e de manipular (omitir e transpor silabas e fonemas).

Desenvolvimento da Consciência fonológica

  • Dos 3 aos 4 anos, a crianças segmentam palavras em silabas (2/3 silabas), identificam rimas e alterações;
  • Aos 4 anos, as crianças realizam segmentam palavras maiores e frases;
  • Aos 5 anos, as crianças realizam omissão e manipulação de silabas e começam a ter noção do fonema;
  • Aos 6 anos, as crianças são capazes de realizar a maioria das atividades, embora ainda tenham algumas dificuldades ao nível da realização de tarefas fonémicas 

  • Consciência fonológica e aprendizagem da leitura e escrita

O código do português utiliza o princípio alfabético da escrita, isto é, estabelece-se uma correspondência entre as unidades mínimas da fala (fonema) e os grafemas (letras), portanto baseia-se na relação fonema/ grafema, a qual se estabelece através da reflexão dos sons da fala e a sua relação com os grafemas, o que, por sua vez, requer o acesso à CF. (Alves e Freitas, 2007) 

A escrita implica uma reflexão consciente sobre as características da escrita, dos grafemas e dos fonemas. Assim, o domínio do princípio alfabético, por parte da criança, requer o reconhecimento da relação fonema/grafema, a capacidade de segmentação fonémica e de análise, reflexão e síntese das unidades fonémicas que constituem as palavras faladas. (Tunner, Pratt, & Herriman, 1984).

O desenvolvimento da consciência fonológica encontra-se intimamente relacionado com a aprendizagem da leitura e da escrita, por isso é necessário promover esta competências até à entrada no 1ºciclo, para prevenir dificuldades futuras no processo de aprendizagem da associação grafema-fonema (leitura) e fonema-grafema (escrita) (Sim-Sim, 1998).

Por isso é de extrema importância que os pais e educadores de infância estimulem esta competência de forma a prevenir dificuldades na posterior aprendizagem da leitura e escrita. Também é importante estarem atentos a dificuldades apresentadas pelas crianças, especialmente se além das dificuldades ao nível da consciência fonológica  ainda se verificarem alterações na produção de sons (alterações articulatórias), pois estas crianças terão maior probabilidade de futuramente apresentarem dificuldades de leitura e escrita. 

Sinais de alerta

Idade pre-esolar

  • Fala tardia;
  • Dificuldades em memorizar canções, histórias, lengalengas, rimas...;
  • Alterações articulatórias;
  • Dificuldades em realizar segmentação silábica;
1º ano de escolaridade 
  • Dificuldades em realizar segmentação silábica e fonémica;
  • Dificuldade em discriminar sons parecidos (k/g, v/f, j/ch...)
  • Dificuldade em adquirir o sistema alfabético (som-letra);
  • Erros na leitura e escrita de sons semelhantes;